A Floresta Das Cores - Discussão

     Dentre os três projetos de livros que tenho em mente, este é o que está em atual construção. De onde surgiu a ideia em primeira instância?
    Dentro de cabeça fantasiosa de quem vos fala, existem certos aspectos muito atraentos que serão nomeados: ambidestria, cegueira, jornada do heroi, idiomas, fantasia, coragem e esperança. Amarrando essas pontas, paralelo à construção do idioma no lado mais ósseo da coisa, é que se deu a criação da narrativa "A Floresta Das Cores".

    Ambidestria: há uma história bem intrigante aqui. Nasci canhoto, segundo meus pais, e de maneira natural, dado ao fato de ambos serem destros, fiz uso da mão direita para todas as atividades até a idade de treze anos. Iniciei aulas de natação, e pela força do questionamento "Se tenho dois braços, por que só utilizo um?" passei a treinar a mão esquerda com atividades simples do cotidiano, até o ponto de, aos vinte e dois anos de idade, me compreender como ambidestro, com todas as benesses e desalentos que uma pessoa nessa condição poderia ter. Isso é papo para outro texto.
    Cegueira: a beleza sempre me fascinou, e de maneira especial, a sonora. Sendo assim, por causas genéticas talvez, nunca pude me apoiar na visão. Músico por paixão e dedicação, mas não por dom, sons é o que me cativa. Dentro disso, o sonoro sempre me soou paisagístico. Por isso, imaginar a percepção de realidade de uma pessoa cega é cativamente e instigante. Imagine, nascer sem visão. O que é a beleza para ti? Onde ela está? Como a descreveria? Como a mesma te atrairia?
    Jornada do Heroi: ele está no alto da montanha. É arrastado ao vale por este ou aquele fator. E por fim ressurge. Herois são feitos de carne e sangue, e pessoas são a mais bela inspiração que eu poderia ter encontrado, e sou grato por todos os instantes onde os herois dessa vida me partilharam um pouco de suas jornadas; tão bem quanto minha própria história é de fato uma jornada heróica.
    Idiomas: atualmente sou trilingue, falante de português (nativo), inglês e espanhol. Em breve iniciando o quarto idioma (alemão), e seguindo encantado pela página em branco que cada idioma proporciona para o auto-descobrimento e o explorar de um tudo novo que está tão próximo, oculto nas sombras do desconhecimento da maneira com que se expressa. Incluso, o idioma em rabiscos que estou desenvolvendo, longe de ser real, afirmo, mas que traduz o que aspiro ser e fazer com idiomas.
    Fantasia: tão bem quanto desenhos animados, a fantasia e o realismo fantástico deixou iscas ao longo do caminho com toda sua simbologia e alegorias para que eu pudesse ser fisgado. Me apaixonei pelo subjetivo e pela erudição, o sou em essência, elaboro, como diria Flo Menezes. É, com total certeza, o formato mais eficiente de transmitir a complexidade da sabedoria de maneira singela e acessível.
    Coragem: o ano de dois mil e dezoito foi marcado por essa palavra, advindo de dois estimados artistas em minha visão: Marcos Almeida, contemporâneo; e Guimarães Rosa, saudoso. "O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria; aperta e daí afrouxa; sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem." - Guimarães Rosa. Se não houvesse coragem, haveria trevas e desgraça. Pois, havendo coragem, há sempre um novo alvorecer e um solucionar.
    Esperança: esperança foi o que fez com uma família morta viva, a minha, fosse reencontrada e reunida em amor. Acredito que esperar é diferente de ficar parado ou não fazer nada. São coisas distintas, alego. Então, é a resposta face àquilo que não se vê ainda, mas que será visto.

    Como primeiro livro, junto com todos os receios de errar, aliado à vontade de fazer coisas coletivamente (inclinação esta que está comigo desde pequenininho), é que estou abrindo este espaço para os que gostariam de ajudar a humilde Flecha com inspiração, trechos escritos, ideias para personagem, ideias para desfecho, cenários, referências e tudo o que poderia ser útil de alguma forma.

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