Você tem cara de Professor!!?

   "Você tem cara de Professor, sabia?" - diziam constantemente ao menino da mente e língua ávidas. Se estavam lendo linhas imaginárias, prevendo, observando um padrão, ou seja lá o que for, é difícil dizer, mas o fato é que o tempo revela a verdade da natureza do que vai dentro de cada um de nós.
    "Pelo que morreremos?" - os sábios sempre tiram essa da manga, e sabe o por quê? A resposta para essa pergunta define como haveremos de viver, e se realmente vale a pena morrer por tal causa. Nos arremete à Propósito: o motivo da jornada, e melhor do que essa,  direção. Se a direção vale a pena, a corrida importa apenas pela paisagem, afinal, cada parte há de ser contemplada em seus sabores, sons, paisagens, perfumes e sensações.
    Ainda quando há pouco tempo trilhado neste labor, que prefiro nomear de vocação, diria estar a mais gratificante das tarefas que um homem paciente pode ter. Digo expressamente "paciente" por duas razões: a primeira por já estar esquecida, a paciência, pela época das cabeças baixas e das mentes ansiosas, se fazendo tão necessária; e a segunda porque acompanhar um ciclo de aprendizagem desde seu princípio até o fim é tarefa sinuosa e repleta de pedregais, porém única em si mesma. Se exige daquele que acompanha muito jogo de cintura, vividez criativa, lucidez (ou a perca da mesma) e, acima de tudo, amor.
    Gostaria de fazer menção à Flo Menezes, onde em Matemática Dos Afetos, explica mais ou menos assim "A renovação sempre estará com as novas safras de alunos. O papel do mestre é interpretar sonhos, e nesta gratificação se alegrar.". Nesta vocação, entretemos, cuidamos, instruimos e revelamos onde fica a maçaneta, mas quem realmente abre a porta não somos nós, são eles!